Há alguns meses eu assisti a entrevista com o Henrique Bastos no Momento Pythônico e um dos vários pontos que chamaram minha atenção foi sobre a aplicação do Python como primeira linguagem a ser utilizada por quem quer aprender programação. O Henrique fez algumas observações bem interessantes sobre como o python e seu conjunto de ferramentas oferecem a oportunidade para quem está aprendendo de construir e rodar algo (um joguinho, por exemplo) em um intervalo curto de tempo.
Durante o tempo que estudei em Edimburgo tive a oportunidade de morar com uma família escocesa. Essa família era composta por um casal de idosos e um típico adolescente de 14 anos que adora tecnologia e games.
Um dia enquanto trabalhava em um projeto com um amigo ele veio até mim e perguntou se eu poderia ensinar algo de programação pra ele. Gostei muito da iniciativa do garoto e influenciado pela excelente entrevista com o Henrique, resolvi mostrar pra ele o quanto programar poderia ser legal… com Python, claro!
O primeiro passo foi instalar o Python no laptop dele, que de quebra, já o oferece o Idle, um excelente editor de texto que permite, sem complicação nenhuma, digitar alguns comandos python e ver o resultado “on the fly”.
Depois passamos por alguns pontos básicos de programação como, variáveis, constantes e estrutura de controle. Para auxilia-lo no processo de aprendizagem usamos como guia de consulta o livro Learn Python the hard way do Zed Shaw, que é uma excelente escolha para quem está começando. Esse livro é excelente e é recheado de exemplos práticos e interessantes.
Para mostrar pra ele algumas estruturas de dados, nada poderia ser mais prático e simples com a ajuda do Python. É mais fácil entender uma estrutura se a sintaxe da linguagem te ajuda.
Por exemplo, uma lista em python:
Mais simples? Impossível.
E uma estrutura mais elaborada, como dicionários?
O mesmo! Simples…
Seguindo o progresso do Jan, notei o quão python é uma linguagem intuitiva e divertida. Imagino como seria difícil explicar algumas estrutura de dados como listas, pilhas e filas usando uma linguagem verbosa e complicada como o Java, por exemplo. E a facilidade em construir pequenos programinhas e ver os mesmos rodando em questão de minutos é um motivador a mais para quem está começando.
Após aprender o básico necessário do python e seguindo as ideias do Henrique Bastos, decidimos que seria mais legal e desafiador se o Jan pudesse construir um pequeno game utilizando o que o python já fornece: pygame.
E depois de um pouco mais de três semanas de trabalho eis aqui o resultado:
Parafraseando o Henrique, realmente, fazer médias de notas de alunos e contas de aritmética não da tesão em ninguém pra aprender programar.
Depois de ver o progresso de um garoto que não sabia nada de programação e quase um mês depois produziu um pequeno game, também acho que Java e C são péssimas linguagens para serem a primeira linguagem de programação de qualquer pessoa.